Aos Olhos Atentos


“Eu respiro tentando encher o pulmão de vida”
Assim diz a canção que ouço todos os dias
Eu respiro tentando continuar viva
Por que todas as noites as lágrimas lavam meu rosto
Eu respiro tentando encher-me de algo, ainda que seja ar
Por que me sinto tão vazia, que nada pode preencher-me
Sinto falta de um tempo mais fácil, mais simples
Sinto falta de algo que se perdeu no tempo
Num tempo tão remoto que nem me lembro mais
Queria sumir, mudar, fugir, sei lá
Mas já não sou mais adolescente
Eu queria mais tempo pra mim
Mas ando tão triste que não posso estar só
E o pior é não poder nem sentir-me triste
Tempo senhor de escravos
Escraviza a todos sem deixar opção
Palavras ferem como espada
Fazem cortes profundos e dolorosos
Que na maioria das vezes
Não cicatrizam como deveriam
Ficam como feridas abertas
Ainda que imperceptível aos olhos desatentos
E quais são os olhos que estão atentos?
Os teus? Que não vêem meu esforço
Os teus? Que não notam meus problemas
Tu julgas que tudo sabes
E no fim só sabes julgar.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Sobre voar e amar

Cafuné

Alguns sonhos têm que morrer para que a realidade possa nascer