Impressões sobre o caso "Rogerinho"




Como puderam acompanhar pelo meu facebook, ontem acompanhei o julgamento do caso Rogerinho, que causou comoção na sociedade Campo-Grandense, seja pela violência no trânsito, em horário escolar, seja pela vitima, um menino de apenas 2 anos de idade.
Certamente a dor da mãe do Rogerinho ninguém pode mensurar, e a ausência do filho jamais será compensada. Por outro lado, fiquei com a impressão de que quem sofreu de fato com toda a situação foi a menor, Ana Maria, que perdeu o irmão, e certamente jamais esquecerá a cena que viveu.
Por outro norte, quanto ao que me interessa, enquanto amante do direito, o julgamento foi magnífico! Tirando a falta de educação de alguns presentes (jornalistas inclusive) que atenderam o telefone em meio ao plenário lotado e silencioso, o julgamento correu tranqüilo.
 Presente, dois advogados brilhantes que travaram uma batalha, cuja a arma era a oratória, Dr. Ricardo Trad, como assistente de acusação, e Dr. Valdir Custódio, como defesa.
Enquanto eu achava que o sentimento era só meu, ouvi o seguinte comentário ao termino da tréplica: Dá vontade de bater palma! E dava mesmo vontade de bater palmas ao término dos discursos tanto do Dr. Valdir Custódio, quanto do Dr. Ricardo Trad, pena não poder dizer o mesmo do membro do MP, cujo nome não gravei.
O parquet deu-me a impressão que queria mesmo era rasgar os códigos e legislar por si só. Pior, insultou até os membros do STF ao criticar uma jurisprudência apresentada pela defesa. Fico a me perguntar o que levou aquele rapaz a fazer faculdade de Direito e prestar um concurso se despreza as leis da forma que demonstrou em suas falas.
Enquanto o parquet tentou colocar o acusado como um monstro, a defesa pediu a condenação do mesmo quanto ao homicídio do Rogerinho e a tentativa de homicídio do avô da criança, pediu, contudo, a desclassificação dos crimes de tentativa contra a infante Ana Maria, e o motorista, o “Neto”.
Particularmente,s não vejo o jornalista como um monstro, acho que o erro dele foi andar armado...
Por outro lado, algumas perguntas ficaram sem resposta pra mim: Porque o Rogerinho estava de pé na camionete, se tinha 2 anos e deveria estar na cadeirinha, como manda a lei? Por que o Neto não virou na quatorze e simplesmente “deixou pra lá”? Nos 15 ou 20 minutos que ficaram discutindo o santo do Neto num falou nada que tirasse o acusado do sério?
Já sei, tu vai dizer: Elaine, nada justifica... Verdade, nada justifica, mas o acusado não brigou sozinho, contudo foi o único punido.
Pra mim o julgamento foi digno de aplausos, com resalva do membro do MP, uma verdadeira aula de oratória. Se foi feita a justiça ou não, ai já é outro departamento. 

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